GIULLIANE FIORAVANTI
Inovação e Empreendedorismo Startup
Equipe CLUB

No nosso primeiro artigo, que você pode ler aqui,  concluímos que a maioria das startups fracassa, não porque não consegue construir o produto que pretende criar, mas porque cria o produto errado, perdendo-se tempo, esforço e dinheiro. Porém, do outro lado, vimos que quando estudamos melhor a nossa demanda, conhecemos  melhor nosso mercado e interagimos com nosso cliente ainda na fase de desenvolvimento do produto, então temos mais chances de ver nossa startup sobreviver e alcançar o sucesso.

Também falamos brevemente sobre conceitos como teste de hipótese e desenvolvimento de um produto mínimo viável (MVP) como alguns dos caminhos a serem trilhados pelos empreendedores startup para minimizarem os riscos de desenvolvimento de um produto que não se ajuste ao mercado / cliente.

Hoje, gostaria de falar com você sobre o movimento que está por traz desses conceitos: o Movimento da Startup enxuta (Lean Startup).

O movimento Lean Startup surgiu do trabalho de Eric Ries, um empreendedor americano, na aplicação dos princípios do “lean manufacturing” (manufatura enxuta) à criação de startups. O termo “lean” (enxuto) tem suas raízes no Sistema Toyota de Produção; portanto, a metodologia Lean Startup visa evitar o desperdício, em termos de tempo, esforço e dinheiro.

Conforme Eric Ries, a metodologia Lean Startup tem como premissa que toda startup é um grande experimento que tenta responder as seguintes perguntas: “Este produto deve ser construído?” (ao invés de este produto pode ser construído) e “Pode-se construir um negócio sustentável em torno desse conjunto de produtos e serviços?

A semana passada eu tive a oportunidade de participar de um Workshop no Laboratório de Inovação, aqui na universidade de Harvard nos Estados Unidos, o HiLab. Durante o workshop, mergulhamos nas 3 dimensões críticas das quais depende o sucesso de uma startup:

  • Dimensão 1: Quão bem a startup entende e define o PROBLEMA que quer atacar;
  • Dimensão 2: Quão bem a startup entende seus CLIENTES e aprende como alcançá-los;
  • Dimensão 3: Quão bem a startup desenvolve o VALOR que seus clientes recebem e ajusta a sua solução ao problema deles.

Confesso que, desde o workshop, sigo pensando nessas dimensões  e especificamente em um slide apresentado, com uma famosa citação de Peter Drucker que dizia: “ O cliente raramente compra o que a empresa pensa que lhe vende”.

Lean Startup slide

Então,  você deve estar se perguntando: o que essa citação de Peter Drucker tem a ver com o conceito Lean Startup? E eu te respondo:  Tudo!

Uma startup enxuta não escala seu negócio até que haja um ajuste máximo entre o produto e o mercado do produto, ou seja, quando existe um produto que realmente solucione o problema, sob a perspectiva do cliente, e não debaixo da perspectiva da empresa.

Um dos conceitos mais difundidos da metodologia Lean Startup é o conceito do mínimo produto viável (MVP). O MVP ajuda os empreendedores a iniciarem, o mais rápido possível, o processo de aprendizado das 3 dimensões críticas: Problema, Clientes e Valor. Porém, quero deixar claro que o MVP não é necessariamente o menor produto imaginável; é simplesmente a maneira mais rápida de começar a aprender como construir um negócio sustentável com o mínimo de esforço.

Ao contrário do desenvolvimento tradicional de produtos, que geralmente envolve um longo período de testes técnicos antes do lançamento, o objetivo do MVP é iniciar o processo de aprendizado em loops, os famosos “learning loops”. Além disso, o MVP  tem o objetivo de testar as hipóteses fundamentais do negócio e  não apenas responder a perguntas técnicas sobre o desenvolvimento do produto.

Um dos casos mais famosos de uso do conceito MVP, é o caso da empresa de armazenagem de dados em nuvem, Dropbox, que desenvolveu um vídeo demo, que mais parecia uma demonstração de produto, mas na realidade testava as hipóteses do negócio e ainda atraiu o interesse de investidores, antes mesmo de o produto estar totalmente desenvolvido.

Concluindo: para uma startup evitar o desperdício em termos de tempo, esforço e dinheiro, e aumentar a sua possibilidade de sustentabilidade e sucesso, deverá aprofundar-se, ainda nas fases iniciais, no entendimento ao CLIENTE, proporcionando a ele uma experiência do mínimo produto viável (MVP), antes do seu lançamento oficial no mercado, para que essa solução represente, de fato, a resposta para a dor (PROBLEMA) e os anseios do cliente (VALOR).

E aí, quem realmente são os seus clientes? Você realmente está certo de que conhece a dor e os anseios deles? Tem dúvidas de como testar as hipóteses e  desenvolver seu MVP? O CLUB – LAB pode te ajudar com isso.