GIULLIANE FIORAVANTI
Inovação e Empreendedorismo Startup
Equipe CLUB

Vivemos tempos desafiadores, onde a capacidade humana de gestão está sendo colocada à prova, diante de uma emergência humanitária e de saúde. Em épocas do novo Coronavírus, onde os números mundiais de casos confirmados já superam a casa dos 650 mil, pelo menos enquanto escrevo esse artigo, quem está na linha de frente das decisões sofre toda a pressão.

No mundo dos negócios não poderia ser diferente, empresários dos mais diversos setores, motivados não apenas pelo instinto de sobrevivência de suas empresas, mas também por um espírito de colaboração e solidariedade, estão aproveitando sua imaginação, atrelada à sua experiência de empreendedores e à sua capacidade de inovar, para gerar respostas não convencionais de suas empresas frente à pandemia.

Segundo a revista Forbes, a inovação nos negócios também nos ajudará a achatar a curva do Coronavírus. E não estou falando do uso de tecnologias disruptivas.  Mas sim, sobre colaboração, originalidade e ousadia.

Como veremos nos exemplos a seguir, diversas empresas de todo o mundo estão atendendo a este chamado e inovando seus negócios para lidar com a crise do COVID-19.

Nos Estados Unidos, sem uma única lei ou regulamentação que os obrigue, os supermercados criaram horários especiais para o atendimento de idosos, já que estes são mais vulneráveis ​​ao vírus, para que assim possam comprar com segurança seus alimentos. Os próprios supermercados se transformaram em “pick-up points“ e  passaram a exercer entregas em esquema drive-thru e também deliveries “contactless” para proteger seus motoristas e seus consumidores.

Na Europa e no Brasil, diversas empresas redirecionaram  a sua capacidade de produção para fornecer os produtos necessários para o combate a pandemia. Por exemplo, a marca de artigos de luxo LMVH, produtora de perfumes sofisticados, como Dior e Louis Vuitton, converteu sua fábrica de perfumes, praticamente da noite para o dia, para produzir desinfetante para as mãos em hospitais franceses e instalações de saúde pública – de graça. A gigante AMBEV no Brasil anunciou no dia 20 de março que vai usar uma de suas fábricas de cerveja para produzir 500 mil unidades de álcool em gel. A maior cervejaria do mundo, dona de marcas como Brahma, Skol, Antarctica e Stella-Artois, disse que doará o produto a hospitais públicos do Rio, de São Paulo e de Brasília.

Empreendedores Startups em todo o mundo estão usando toda a sua criatividade para fazerem da crise uma oportunidade.  Nos Estados Unidos, a startup Support your Spot que é incubada dentro do Laboratório de Inovação de Harvard, desenvolveu uma plataforma para alavancar os pequenos negócios como mercados, restaurantes e especialmente a produção local. Você compra  um “gift card” na plataforma e ajuda, por exemplo, o seu restaurante do bairro a passar pela crise e a pagar as contas durante a pandemia.

As escolas aderiram ao home-schooling. Academias de ginástica e música, às classes virtuais.  Nunca se fez tanto home-office. À medida que as pessoas trabalham ou estudam em casa, e realizam reuniões por plataformas como Zoom e Whatsapp, além de produzirem para suas empresas, também estão de alguma forma contribuindo para o meio ambiente, evitando viagens aéreas, reduzindo  os congestionamentos tão comum nas  grandes cidades, e contribuindo para que assim caiam as emissões de carbono.

Empresas automotivas estão focadas na produção de ventiladores para serem usadas para o restabelecimento dos pacientes. A Ferrari, Tesla, GM e Ford anunciaram que vão usar a tecnologia dos automóveis para produzir ventiladores e respiradores usados no tratamento de pacientes graves diagnosticados com o coronavírus (COVID-19)

Como vemos nesses exemplos, neste momento predomina uma igualdade e um senso de colaboração geral unindo concorrentes, clientes e parceiros de negócios, já que a pandemia afeta a todos indistintamente, fazendo desaparecer as diferenças, diante de algo que nos ameaça, e sobre o qual não temos controle.

Está claro que estamos todos no mesmo barco e que o mundo jamais será o mesmo, porém a história nos ensina que novas oportunidades nascem nos momentos mais profundos de crise. Vamos crer!