GIULLIANE FIORAVANTI
Inovação e Empreendedorismo Startup
Equipe CLUB

Grandes idéias morrem quando não são colocadas em prática. Porém, nem sempre uma boa ideia tem potencial para se tornar um bom negócio, e implementar um novo negócio implica em investimento inicial e risco. Então, o que fazer para minimizar os riscos de se implementar uma ideia inovadora?

O Brasil é um pais empreendedor. Segundo a última pesquisa realizada pelo GEM (Global Entrepreneurship Monitor) em 2018, aproximadamente 52 milhões de brasileiros possuem um negócio próprio.  Quando olhamos especificamente para as áreas de mobilidade, logística e tecnologia, o estudo de 2017 da aceleradora Liga Ventures, afirma que existem no Brasil pelo menos 193 startups atuantes— são as chamadas autotechs.

No entanto, apesar desta disposição latente do brasileiro em empreender, muitas dessas startups infelizmente estão fadadas ao fracasso. Conforme um estudo conduzido por Shikkar Ghosh pela Harvard Business School, 75 % das startups que recebem investimento do tipo “Venture Capital” morrem e, sobretudo, 90-95% delas não sobrevivem por mais de 5 anos.

Esses dados são extremamente intimidadores. E é justamente com esse tema que eu abro a nossa série de artigos sobre o universo do Empreendedorimo Startup perguntando: Por que tantas startups morrem prematuramente?

A fim de estudar o motivo pelo qual a maioria das startups não sobrevivem, a plataforma de inteligencia para Venture Capitals, CB Insights, conduziu no ano de 2017 uma análise detalhada “post mortem” em 101 startups, sobre quais seriam as possíveis causas para a morte tão prematura dessas empresas. Os resultados apresentados, bastante alarmantes, mostraram que 42% das startups sofriam com a falta de demanda real pelo produto oferecido; ou seja, não havia nenhuma necessidade “oriunda do mercado” para os seus produtos.

Mas então, como saber se existe uma demanda real de mercado para a minha grande idéia? E além disso, como saber se existem pessoas que pagariam pelo meu produto?

Para responder a essas perguntas, segue uma estrategia bem interessante, apresentada em um artigo da Harvard Business School que pode ser usada para a validação da existência de demanda real de um produto no mercado.

1 – Analise a existência de Competidores

Verifique, ainda na fase das idéias, a existência de competidores saudáveis com produtos similares àqueles que você gostaria de empreender. Ainda sobre o estudo realizado pela CB Insights, apenas 19% das startups “post mortem” analizadas disseram possuir competidores para seus produtos no mercado. Pode ser amendrontador pensar nos competidores logo na fase das idéias, e, na grande maioria das vezes, peferimos empreender em novos mercados nos quais sejamos os pioneiros; porém, possuir competidores fortes e saudáveis são garantia de demanda. Além disso, chegar depois em um mercado já habitado te dá uma perspectiva diferenciada e a possibilidade de usar isso ao teu favor. Portanto, use desse beneficio e concentre-se em agregar algum tipo de valor ao teu produto para diferenciar-se.

2 – Verifique o tráfego de pesquisa

Quando as pessoas procuram um produto para resolver um problema que enfrentam, na maioria das vezes,  digitam o que procuram no Google. Eu sempre faço isso, e tenho certeza que você também. Através da pesquisa das palavras-chaves do mecanismo de buscas do Google, os empreendedores podem ter acesso às frequentes buscas das pessoas, e usar essas descobertas para avaliar a existência de demanda para determinado produto.

3 – Certifique-se de que realmente o problema seja o problema testando suas hipóteses antes de lançar seu produto no mercado

Trabalhe com o conceito de MVP (produto minimo viável) para testar as suas hipóteses junto ao cliente proporcionando-lhe uma “experiência” da sua solução. Você não precisa concluir o seu produto para testá-lo. Utilize-se da metodologia de Desenvolvimento ágil (Agile Methodology). Essa metodologia favorece: a experimentação do produto ao inves de um planejamento elaborado; o feedback do cliente contra a intuição; e o design iterativo sobre o desenvolvimento tradicional. Abordaremos cada um desses itens com mais detalhes nos próximos artigos.

Concluindo:  quando estudamos melhor a nossa demanda, conhecemos  melhor nosso mercado e interagimos com nosso cliente ainda na fase de desenvolvimento do produto; temos mais chances de ver nossa startup sobreviver e alcançar o sucesso.

E aí, você tem alguma grande ideia que poderia ser aplicada para diminuir os impactos causados pela Logística urbana nas cidades? Então, mãos à obra.